Ações de Vigilância Ambiental devem estar inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária, com atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando os processos de trabalho, bem como o planejamento, a programação, o monitoramento e a avaliação. Essa integração está prevista levando em consideração a influência que o ambiente possui com relação a saúde do indivíduo.
Essa vigilância atua de forma direta e contínua ou através de ações em parceria com outros órgãos e secretarias, no monitoramento do (a):
Além disso, atuam no controle de vetores, para reduzir ou mesmo eliminar as situações favoráveis ao desenvolvimento de vetores de doenças (insetos, aracnídeos, moluscos etc.), tais como o Aedes aegypti, os triatomíneos, flebotomíneos, carrapatos entre outros.
A partir de registros de notificações compulsórias, bem como o serviço de territorialização promovido pelas unidades básicas de saúde, é possível a identificação do perfil epidemiológico de determinada região por parte da vigilância ambiental que, posteriormente, articulará medidas integradas a Atenção Primária à Saúde (APS), no intuito de promover ações de controle, promoção de saúde e prevenção de riscos e agravos.
Sendo assim, a saúde ambiental é foco da Atenção Primária à Saúde (APS), pois esta possui uma abordagem voltada para o território, por meio de ações como: educação e vigilância ambiental em saúde que visam diminuir ou erradicar agravos relacionados ao ambiente e ao comportamento dos ocupantes de determinada localidade.
Nesse aspecto, o território permite delimitar e reaver as características específicas de cada âmbito populacional e as enfermidades apresentadas, sendo imprescindível para a realização das demandas a criação de vínculo de responsabilidade, bem como a avaliação do impacto das ações, facilitando o processo de reconhecimento de situações que ofereçam risco.
Nessa perspectiva, é fundamental o uso de diretrizes clínicas que proponham ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, dirigidos aos problemas mais frequentes da população sob vigilância ambiental. Um exemplo de atuação em conjunto dessas duas esferas são as medidas de combate à dengue, em que as Vigilâncias Ambientais, por meio das Unidades Básicas de Saúde e Estratégias de Saúde da Família, reforçam as medidas de combate à proliferação do mosquito por meio de orientações e fiscalizações.
Portanto, a integração da APS na Vigilância Ambiental é fundamental para o fornecimento de registros epidemiológicos de determinada região e população, a fim de aprimorar a assistência em saúde, voltadas à práticas e políticas de promoção, prevenção, recuperação e combate de fatores biológicos que apresentem riscos à saúde.
ALMEIDA P. F.; FAUSTO, M. C. R.; GIOVANELLA, L. Fortalecimento da atenção primária à saúde: estratégia para potencializar a coordenação dos cuidados. Revista Panamericana de Salud Publica, Washington, v. 29, n. 2, p. 84-95, 2011.
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Lucas Gazarini – Graduado em Farmácia (habilitação: Análises Clínicas) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Paraná (2008). Obteve o título de mestre (2011) e doutor (2015) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pelo Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, com ênfase em neuropsicofarmacologia. Tem como foco de estudo a neurobiologia das memórias aversivas, o envolvimento da transmissão noradrenérgica no processamento de memórias de medo e seus impactos sobre as respostas defensivas. Membro da Rede Brasileira de Estudos da Memória (ReBraEM). É orientador junto ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFMS/CPTL.