Durante a pandemia, todas as tecnologias se fazem necessárias nos processos de produção em saúde e, nessa perspectiva, não cabe hierarquização de valor entre elas; a depender da situação, cada uma terá sua importância, embora todas as situações exigissem o uso das tecnologias.
No que concerne à pandemia do novo Coronavírus, torna-se fundamental a produção do cuidado humanizado, a construção de vínculos, relações de confiança e garantia de acesso aos serviços de saúde. Estas práticas devem ser ofertadas tanto para quem adquire a COVID-19, quanto para os demais usuários que continuam a sofrer com problemas de diferentes intensidades, agudos e/ou crônicos. Além do mais, elas se constituirão como dispositivos para minimizar os efeitos psicológicos e sociais que a crise humanitária têm imposto à população.
Em meio à pandemia, as tecnologias leves contribuem na produção do cuidado a partir da compreensão do usuário quanto à sua singularidade; no estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão; no mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde; na valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; no fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos; e no aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde.¹
Quanto a exemplos de atividades a serem realizadas, podemos destacar:
Instituir e promover a vigilância popular em saúde, a qual promove a mobilização e protagonismo dos atores sociais dos territórios a somarem-se à ação sanitária desenvolvida pelas equipes de saúde da
Ainda sobre o contexto da pandemia, deve-se ressaltar a importância da manutenção da educação permanente dos profissionais de saúde atuantes nas unidades. Para tal, emerge a necessidade de que as atividades, cursos e eventos sejam mediados por tecnologias digitais, como o ensino remoto e a educação à distância. Estudos recentes na área apontam alguns desafios que devem ser levados em conta no uso dessas modalidades de ensino, como questões relacionadas à comunicação, utilização adequada das diferentes ferramentas digitais, diferentes tipos e dificuldades da experiência on-line, engajamento nas atividades educacionais, mecanismos de avaliação, existência de ansiedade ou estresse relacionados à pandemia, gerenciamento do tempo e até alguns casos de tecnofobia. Desse modo, é fundamental buscar o uso de metodologias ativas de aprendizagem que se adequem a essa forma de educação e estimulem e motivem os profissionais a se engajarem no processo de ensino-aprendizagem.
¹ CECCON, R. F.; SCHINEIDER, I. J. C. Tecnologias leves e educação em saúde no enfrentamento à pandemia da COVID-19, 2020. Disponível em: https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/136
² ENGSTROM, E.; MELO, E.; GIOVANELLA, L.; MENDES, A.; GRABOIS, V.; MENDONÇA, M. H. M. Recomendações para a organização da Atenção
Primária à Saúde no SUS no enfrentamento da Covid-19. Observatório COVID-19 – Série Linha de Cuidado Covid-19 na Rede de Atenção à Saúde. FIOCRUZ, 2020.
³ TOMAZ, J. B. C. Educação na saúde em tempos de pandemia: desafios e oportunidades. Revista Científica Cadernos ESP, v. 14, n. 2, 2020
Tatiana Carvalho Reis Martins – Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Três Lagoas.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5087084042752459
Tábitha Raísa Kiselar Aguilera – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2453596111494927