Os testes rápidos para sífilis são considerados testes treponêmicos, pois envolvem a detecção de anticorpos antitreponêmicos específicos no sangue (1,2). Desta forma, em pacientes já tratadas para sífilis, estes testes permanecerão reagentes praticamente pelo resto da vida, o que limita seu uso nestas condições (2).
Frente à possibilidade de recidivas ou reinfecções, a execução do VDRL quantitativo é preferível, pois seus títulos correlacionam-se diretamente com a atividade da doença (2). Casos de VDRL reagente e teste rápido para sífilis também reagente podem significar sífilis ativa, latente ou tratada (1). A diferenciação dependerá da história clínica/epidemiológica e da titulação dos anticorpos obtidos com o VDRL quantitativo. Porém, se nesta mesma condição, o VDRL apresentar-se não reagente, pode-se estar diante de um caso de sífilis primária (com possível cancro) ou sífilis tratada, situações que deverão ser avaliadas pelo médico através do exame clínico e da história da paciente (1).
Os testes laboratoriais para o diagnóstico da sífilis devem ser feitos em duas etapas, uma de triagem e outra confirmatória. Independentemente da sistemática adotada para a triagem das amostras é fundamental que toda amostra reagente seja submetida a um teste não treponêmico quantitativo e a um teste treponêmico (1).
Havendo o tratamento correto, há queda progressiva dos títulos, podendo se negativar em 9 a 12 meses, ou permanecer com títulos residuais baixos (cicatriz sorológica). Valores baixos na titulação do VDRL podem significar doença recente ou antiga, tratada ou não. Nessa situação são necessárias sorologias não treponêmicas seriadas e a solicitação de testes treponêmicos (2). Dois títulos baixos (inferiores a 1:8) no VDRL, com um intervalo de 30 dias ou mais, excluem doença recente. Um VDRL negativo exclui sífilis ativa, respeitando o período de incubação. Três títulos sucessivamente baixos (inferiores a 1:8) com um intervalo superior a 30 dias, sem sinais clínicos de reinfecção, indicam cicatriz sorológica. Um VDRL reagente seguido de um teste treponêmico não reagente significa possível falso-positivo (2). As técnicas mais conhecidas para obtenção de sorologia treponêmica são a FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption), o MHATP (Treponema Pallidum Microhemaglutination), o TPHA (Treponema Pallidum Hemaglutination) e o Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). São específicos para anticorpos antitreponêmicos, sendo reativos a partir do 15º dia de infecção, o que os torna apropriados para a confirmação da sífilis e para a exclusão de falso-positivos na sorologia não treponêmica.
W71 Infecções que complicam a gravidez
Nayara Sibelli Fante Cassemiro
http://lattes.cnpq.br/0664087105584194
Caroline Rezende Lima
Thaíssa Vieira Caixeta