Telessaúde MS

Pergunta Semanal

Em que casos é feito o chamado fumacê para Dengue?

Tempo de Leitura

5 minutos

Data de Postagem

02/02/2023

RESPOSTA:

A utilização do controle químico de vetores por equipamento nebulizador acoplado a veículos, comumente conhecido por fumacê, é uma estratégia utilizada pelo governo para casos de surto, não sendo recomendado em situações de bloqueio de transmissão. Esse recurso é utilizado para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti adulto por meio de produtos químicos, tais como uma solução inseticida de cipermetrina e óleo mineral na forma de fumaça densa e esbranquiçada. Vale ressaltar que esse recurso não é uma alternativa viável para a eliminação de ovos do mosquito, logo não impede a criação de novos insetos, ademais deve ser utilizada como forma complementar de controle de vetores, juntamente ao controle mecânico (por exemplo a destruição dos criadouros e vedação de reservatórios de água), controle legal (é considerado uma forma de controle legal a responsabilização da manutenção de terrenos baldios por seus proprietários) e em alguns casos o controle biológico (pode-se citar o uso do Bacillus thuringiensis que é um larvicida biológico) (BRASIL, 2009).

Não se recomenda o uso demasiado de técnicas de controle químico de vetores, uma vez que o uso recorrente pode causar danos ao meio ambiente, além disso os vetores podem desenvolver resistência ao “fumacê” (BRASIL, 2009). São critérios, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas (SMS), para a passagem do fumacê: o número de casos de dengue notificados, relatórios de infestação do Aedes aegypti e também o resultado das armadilhas de Monitoramento Inteligente obtidos pela Vigilância Epidemiológica.

Vale ressaltar que tanto o Agente Comunitário de Saúde (ACS) quanto o Agente de Controle de Endemias (ACE) podem fazer visitas domiciliares para vistoriar as condições e identificar possíveis criadouros do mosquito, contudo o ACS deve contatar o ACE nos casos em que for necessário destruir criadouros de difícil acesso e também quando que for necessário usar larvicida (BRASIL, 2009).

No que tange ao funcionamento do fumacê, ele é responsabilidade da esfera municipal, mais especificamente da Vigilância Epidemiológica. Referente às aplicações, recomenda-se que elas sejam feitas em dois períodos (entre 5h-8h e 18h-22h), durante a passagem do “fumacê” recomenda-se que a população não fique em contato direto com a fumaça, além disso é extremamente importante que os trabalhadores utilizem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fornecidos (BRASIL, 2009).

 

 

Descritores CIAP2

A77 Dengue e outras doenças virais NE

S12 Picada ou mordedura de inseto

Z03 Problemas de habitação/vizinhança

 

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília, v. 10. p. 1-22, 30 jun. 2009.

Saúde de Três Lagoas continua usando bomba de fumacê para conter proliferação do Aedes aegypti. Prefeitura Municipal de Três Lagoas [SMS]. Disponível em: <http://www.treslagoas.ms.gov.br/saude-de-tres-lagoas-continua-usando bomba-de-fumace-para-conter-proliferacao-do-aedes-aegypti/> Acesso em: 12 ago. 2022

 

 

Teleconsultor

Juliana Dias Reis Pessalacia – Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP Professora associada II da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

 

Colaboradores

Anna Vitória Moraes Duarte – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Isabela Alves Ribeiro – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Maria Eduarda Oliveira de Castro Soares – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Mayra Mayumi Ocampo Ishida – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Milena Alves de Lima – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Natalia Gomes de Oliveira – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Priscila Damaceno Santos – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.