A fim de orientar a população sobre o descarte adequado de medicamentos, é importante que seja esclarecido de maneira informativa os riscos e malefícios apresentados à saúde e ao ambiente no intuito de conscientizar a população.
Não há informações nas bulas sobre o manejo e disposição final a serem dados quando existe a geração de resíduo tóxico. Assim, existem dificuldades que poderão ser superadas com a integração informativa, aliada a disponibilidade de ferramentas que possibilitem o descarte seguro.
No caso dos remédios, a chamada logística reversa funciona com as farmácias e drogarias aceitando medicamentos vencidos para encaminhá-los ao seu destino final sem risco de contaminação. A Anvisa possui uma lista de postos de coleta credenciados, tais postos podem ser localizados por meio do website “roche.com.br”. A partir daí, será dever dos consumidores efetuar o descarte dos medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, nos pontos de coleta.
O Ministério da Saúde, por meio da atuação da ANVISA e o Ministério do Meio Ambiente através do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), deve manter o intercâmbio para a fiscalização de estabelecimentos licenciados para o fornecimento e descarte de resíduos, assim como a disposição final desses medicamentos.
As drogarias e as farmácias terão de disponibilizar e manter em seus estabelecimentos pelo menos um ponto fixo de recebimento a cada 10 mil habitantes. Em cada Farmácia participante, existe uma estação coletora que foi desenvolvida dentro das normas de segurança visando a atender às exigências sanitárias e facilitar o descarte adequado de seus medicamentos. Nessas estações coletoras, há recipientes padronizados, que não permitem a retirada dos produtos pelos consumidores, apenas a colocação.
Após o descarte, caberá às indústrias fabricantes e as empresas distribuidoras os processos de recolhimento e descarte final desses produtos. O destino deve ser um empreendimento licenciado por órgãos ambientais seguindo a seguinte ordem de prioridade: incineradores, coprocessadores e como última opção, aterros sanitários para produtos perigosos.
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CONSTANTINO, Viviane Macedo et al. Estoque e descarte de medicamentos no domicílio: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2020, v. 25, n. 2 [Acessado 15 Agosto 2022] , pp. 585-594. CRF/MS promove coleta de medicamentos vencidos no 5o Drive Thru da Reciclagem em Campo Grande MS. CRF/MS, Campo Grande, 3 de março de 2022.
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Juliana Dias Reis Pessalacia – Enfermeira, Psicanalista, Pós Doutora em Enfermagem em Saúde Coletiva pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP), Mestre e Doutora em Enfermagem Psiquiátrica pela Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Docente Associada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Três Lagoas (CPTL), atuando no curso de graduação em Medicina.