Telessaúde MS

Tempo de Leitura

5 minutos

Data de Postagem

04/12/2023

RESPOSTA:

De acordo com Vasconcelos e Silva-Vasconcelos (2021) a abordagem do tema com crianças, na literatura recente, é feita através da educação em saúde, de acordo com o estudo, 100% dos estudos analisados de 2016 a 2020 adotaram a educação em saúde em escolas como forma de Promoção de Saúde. Essa estratégia é justificada porque atua como um instrumento profilático efetivo, de baixo custo e de fácil desenvolvimento por qualquer profissional, seja ele da área de educação ou saúde.¹

Dentre as formas de abordagem do tema, elencam-se as principais:¹

  1. Estratégias lúdicas nas escolas, como jogos, teatros e fantoches, músicas, literatura, brincadeiras e metodologias dinâmicas com uso de materiais didáticos com figuras de parasitos, se traduz em metodologias inovadoras utilizadas principalmente no ambiente escolar, sendo possível despertar o interesse de crianças e adultos para o ato preventivo e para disseminação das informações no meio social que vivem. De acordo com estudos recentes, as crianças demonstraram essa relação ao elaborarem conceitos sobre a prevenção das parasitoses não somente em aula, mas, também em seus domicílios.

Além dessas estratégias serem aceitas pelas crianças, são acessíveis devido ao baixo custo e se mostram tão eficazes quanto ações diretivas como o saneamento básico. Ademais, o lúdico é uma ferramenta importante para a interação entre o intelecto e personalidade e o pleno desenvolvimento do organismo de uma criança.

  1. Produção de materiais informativos (cartazes e banners) pelos alunos para serem utilizados no ambiente escolar, como por exemplo, nas feiras escolares. Esses recursos são apontados como facilitadores para o ensino e aprendizagem das parasitoses junto ao público infantil, visto que estimulam o interesse, melhoram a iniciativa, a forma de comunicação e a criatividade.

Além disso, esses recursos são de boa receptividade por parte dos escolares, pois abordam temas relacionados a hábitos saudáveis de higienização pessoal e limpeza de alimentos antes da ingestão, o que representa acontecimentos próximos à realidade das crianças.

Promoção de rodas de conversas, grupo focal e ou palestras para trabalhar o tema das infecções parasitárias e os aspectos relativos aos hábitos de higiene saudáveis preventivos, como a lavagem de

  1. mãos, uso de calçados, lavagem e preparo de alimentos. Essa estratégia mostra-se eficaz, pois, permite a discussão de saúde como uma questão coletiva, favorecendo a troca de experiências através do debate sobre as diferentes respostas cotidianas individuais e coletivas relacionadas aos problemas e as estratégias preventivas para as parasitoses no contexto das famílias.

Um exemplo dessa abordagem é a promoção de um grupo de discussão composto pelo profissional da área da saúde, professor responsável e alunos para identificar o grau de conhecimento dos participantes acerca das parasitoses e identificar os hábitos de higiene que eram comumente executados. Assim, a partir daí, estruturar treinamentos teóricos voltados para a escola em questão e o acompanhamento das crianças.

Além do papel de Educação em Saúde nas escolas é de fundamental importância a atuação dos profissionais da APS em outras estratégias complementares, como na Promoção de Saúde nas unidades de atendimento, na construção de materiais educativos como:

  • Cartazes de convite: focalizando o anúncio dos grupos de educação em saúde, convidando toda a população do território de atuação da equipe de ESF;
  • Panfletos e Comunicados de Convite: pequenos panfletos a serem distribuídos pelos ACS aos moradores de suas micro áreas, convidando para grupos;
  • Cartazes de Divulgação: enfocando a importância do problema, sinais e sintomas da principais doenças parasitárias, formas de contágio, prevenção, diagnóstico e tratamento
  • Painéis e Murais: sobre a temática abordada, colocadas na UBS/USF, escolas, locais públicos de grande movimentação;
  • Manuais de Saúde: manuais contendo informações importantes para os condutores dos grupos de educação em saúde.

         Desse modo, faz-se de suma importância a busca por metodologias ativas de educação em saúde que se adequem ao público infantil com o intuito de abordar e elucidar a questão da saúde pública acerca das doenças parasitárias no Brasil. Assim, não somente profissionais atuantes na APS, mas também profissionais de educação colaboram como protagonistas na disseminação de informações sobre o reconhecimento e categorização de parasitoses que ameaçam a saúde da população brasileira.

Referências:

¹ VASCONCELOS, W. C.; SILVA-VASCONCELOS, A. da. Ações de educação em saúde como estratégia de prevenção e de controle das parasitoses intestinais: um estudo de revisão sistemática da literatura. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, p. e120101119301–e120101119301, 2021.

Descritores CIAP2

D96 Lombrigas /outros parasitas

Teleconsultor

Juliana Dias Reis Pessalacia – Pós Doutora em Enfermagem em Saúde Coletiva pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE- USP), Mestre e Doutora em Enfermagem Psiquiátrica pela Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Três Lagoas. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4043784563120025

Priscila Damaceno Santos – Bacharel em Enfermagem pela Universidade de Franca (UNIFRAN), mestranda no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Enfermeira-área da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/Campus de Três Lagoas.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/5205986415667053

Ariel Nunes da Silva – Graduando do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Lattes: http://lattes.cnpq.br/5045514109849487

Isabella Destro Rodrigues – Graduanda do Curso de Graduação em Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/0923291621278462

Matheus Furtado de Souza Popp – Graduando do Curso de Graduação em  Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso  do Sul.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/3209101638116023

Maurício Szczypior Marin – Graduando do Curso de Graduação em  Medicina do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso  do Sul. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1192664084360886