O teste rápido de sífilis é indicado para gestantes com histórico de tratamento anterior para a doença?
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Postagem
07/01/2021
O teste rápido de sífilis é indicado para gestantes com histórico de tratamento anterior para a doença?
Os testes rápidos para sífilis são considerados testes treponêmicos, pois envolvem a detecção de anticorpos antitreponêmicos específicos no sangue (1,2). Desta forma, em pacientes já tratadas para sífilis, estes testes permanecerão reagentes praticamente pelo resto da vida, o que limita seu uso nestas condições (2).
Frente à possibilidade de recidivas ou reinfecções, a execução do VDRL quantitativo é preferível, pois seus títulos correlacionam-se diretamente com a atividade da doença (2). Casos de VDRL reagente e teste rápido para sífilis também reagente podem significar sífilis ativa, latente ou tratada (1). A diferenciação dependerá da história clínica/epidemiológica e da titulação dos anticorpos obtidos com o VDRL quantitativo. Porém, se nesta mesma condição, o VDRL apresentar-se não reagente, pode-se estar diante de um caso de sífilis primária (com possível cancro) ou sífilis tratada, situações que deverão ser avaliadas pelo médico através do exame clínico e da história da paciente (1).
Os testes laboratoriais para o diagnóstico da sífilis devem ser feitos em duas etapas, uma de triagem e outra confirmatória. Independentemente da sistemática adotada para a triagem das amostras é fundamental que toda amostra reagente seja submetida a um teste não treponêmico quantitativo e a um teste treponêmico (1).
Havendo o tratamento correto, há queda progressiva dos títulos, podendo se negativar em 9 a 12 meses, ou permanecer com títulos residuais baixos (cicatriz sorológica). Valores baixos na titulação do VDRL podem significar doença recente ou antiga, tratada ou não. Nessa situação são necessárias sorologias não treponêmicas seriadas e a solicitação de testes treponêmicos (2). Dois títulos baixos (inferiores a 1:8) no VDRL, com um intervalo de 30 dias ou mais, excluem doença recente. Um VDRL negativo exclui sífilis ativa, respeitando o período de incubação. Três títulos sucessivamente baixos (inferiores a 1:8) com um intervalo superior a 30 dias, sem sinais clínicos de reinfecção, indicam cicatriz sorológica. Um VDRL reagente seguido de um teste treponêmico não reagente significa possível falso-positivo (2). As técnicas mais conhecidas para obtenção de sorologia treponêmica são a FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption), o MHATP (Treponema Pallidum Microhemaglutination), o TPHA (Treponema Pallidum Hemaglutination) e o Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). São específicos para anticorpos antitreponêmicos, sendo reativos a partir do 15º dia de infecção, o que os torna apropriados para a confirmação da sífilis e para a exclusão de falso-positivos na sorologia não treponêmica.
Referências
- Sífilis: Estratégias para Diagnóstico no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação de Doenças sexualmente Transmissíveis e Aids. 2010. 100p. (Série TELELAB). Disponível em: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2012/50768/manual_sifilis_miolo_pdf_53444.pdf Acesso em: 13 maio 2015.
- De Lorenzi, D. R. S., Fiaminghi, L. C., & Artico, G. R. (2009). Transmissão vertical da sífilis: prevenção, diagnóstico e tratamento. Femina, 37(2), 83-90. Disponível em: http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Feminav37n2p83-90.pdf Acesso em: 13 maio 2015.
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